terça-feira, 4 de junho de 2013

Exposição: Famílias e Memórias gera reflexão

A Exposição Famílias e Memórias  está movimentando toda a região.  A Exposição que propõem que as famílias conversem internamente em suas diversas gerações e escolham um objeto representativo de sua família e que conte essa história para os  funcionários do Museu. Esses fizeram algumas narrativas  sobre os objetos e com um histórico da família. O objeto recorda a que pessoa? Porque a escolha do objeto? Segue abaixo um exemplo de narrativa contada:
Sra. Maria Elaine Dias
Idade: 69 anos
Moradora da Vila Formosa

                                         Foto de Dona Maria e sua família

1º A bicicleta

Esta é a história de uma menina que aprendeu a pedalar aos 07 anos de idade e desde então arranjou sua companheira para o resto da vida. Natural de Pelotas, morou em Porto alegre alguns anos. Fazem alguns anos que veio para Cristal. Sempre com sua bicicleta.
Dona Elaine teve um único filho já falecido. Hoje é mãe adotiva de Giovane e Mulher de Manuel Barbosa a 40 anos que são companheiros de viagens e pescarias em suas bicicletas, é claro.
Ela já pedalou até Pelotas, São Lourenço, Dom Feliciano e Camaquã. Afirma que quanto mais distante a viagem for, mais entusiasmada fica na preparação da viagem, na bagagem não abre mão de levar um litro de café e um frango assado. É uma pessoa alegre simpática e feliz. A primeira bicicleta nova foi com o dinheiro da aposentadoria, hoje além do prazer de pedalar, ela usa sua bicicleta para a catação de latas descartáveis e também para as pescarias. 
Em toda sua vida Dona Elaine teve somente duas bicicletas em sua vida, sendo que a ultima foi comprada a dois anos atrás em 2011. Essa parceria dura desde os sete anos de idade. “Em sua vida, Dona Elaine que sempre está preparada para uma viagem de bicicleta e anda para todo lado da região”

Este é um exemplo de diversas histórias que o Museu conseguiu. Em todo processo da exposição que terá sua abertura dia 16/06/2013.  Ouvimos todos tipos de histórias, desde as pessoas que não tem lembrança nenhuma  até pessoas como a Dona Thereza que após contar sua história para nós resolveu montar um “mini-museu” em sua casa.  Esta senhora como tantas outras guardavam objetos que consideravam importantes para que um dia pudessem mostrar aos seus netos suas histórias.  Alguns jovens da atualidade não querem saber do passado, como disseram muitos das pessoas com quem conversamos. 
Essa experiência foi muito rica, pois, a região toda está começando a refletir sobre a falta de dialogo que existe entre as gerações. Quantas lagrimas presenciamos.... quantos rostos angustiados percebíamos enquanto conversamos com as pessoas.. por tentar lembrar de algo, uma história que não vinha a  mente.
 A região toda do Museu do Parque Bento está refletindo e procurando conversar mais sobre sua história. A Rádio Cristalense da região recebe recados de pessoas querendo participar, o museu recebe objetos e histórias. Recebe pedido de desculpas por não ter uma história para poder contribuir com a exposição.
Até o momento existem oito narrativas sobre a história de oito famílias totalizando cerca de vinte objetos. A todo momento chegam mais e mais histórias e reflexões, internamente, a equipe se engajou e procura saber mais da história de cada um. Desde o faxineiro até o diretor se questionam sobre sua história.
Apesar da abertura da exposição ser realizada somente dia 16/06/2013 é com imenso prazer que nós do Museu do Parque Bento mostramos que o resultado desta exposição é presente, está vivo.

Podem os simplificar e medir em alguns números.

Existem oito famílias que emprestaram seus objetos  para a exposição. Dentre essas a família da Dona Elaine que dificilmente aparecia no Museu, mesmo morando próximo a ele.
Cerca de 100 pessoas confirmaram presença na confraternização de abertura do evento no Facebook.
Pessoalmente 25 pessoas confirmaram presença na confraternização.
Além destes números existem aqueles que não podem ser medidos pelas friezas destes. Quantas pessoas que visitamos e que foram visitar o Museu agradeceram o museu pela oportunidade de serem ouvidas e se orgulham de ter  sua história contada dentro do Museu que conta a história do General Bento Gonçalves. O público aos poucos foi abraçando a ideia, inicialmente estranharam, como disse dona Mara : “Eu não tenho história, não sou parente do General”. Dizendo que não se lembrava de nada, mas, após alguns minutos de conversa lembrou-se de uma cuia que ganhou de uma cunhada sua muito amiga após a despedida, quando esta viria para cristal.
O resultado é incrível, podemos mostrar que o Museu do Parque Histórico General Bento Gonçalves cumpre seu papel ao assumir a responsabilidade na mudança social.Pois, um povo sem passado é um povo sem futuro. Essas simples lembranças e histórias, dão uma sustentação moral  e psicológica para que as pessoas se desenvolvam.
Este é o museu que queremos.
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Email: parquebento@hotmail.com



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