A Exposição Famílias e Memórias está movimentando toda a
região. A Exposição que propõem que as
famílias conversem internamente em suas diversas gerações e escolham um objeto
representativo de sua família e que conte essa história para os funcionários do Museu. Esses fizeram algumas
narrativas sobre os objetos e com um
histórico da família. O objeto recorda a que pessoa? Porque a escolha do
objeto? Segue abaixo um exemplo de narrativa contada:
Sra.
Maria Elaine Dias
Idade:
69 anos
Moradora
da Vila Formosa
Foto de Dona Maria e
sua família
1º
A bicicleta
Esta
é a história de uma menina que aprendeu a pedalar aos 07 anos de idade e desde
então arranjou sua companheira para o resto da vida. Natural de Pelotas, morou
em Porto alegre alguns anos. Fazem alguns anos que veio para Cristal. Sempre
com sua bicicleta.
Dona
Elaine teve um único filho já falecido. Hoje é mãe adotiva de Giovane e Mulher
de Manuel Barbosa a 40 anos que são companheiros de viagens e pescarias em suas
bicicletas, é claro.
Ela
já pedalou até Pelotas, São Lourenço, Dom Feliciano e Camaquã. Afirma que
quanto mais distante a viagem for, mais entusiasmada fica na preparação da viagem,
na bagagem não abre mão de levar um litro de café e um frango assado. É uma
pessoa alegre simpática e feliz. A primeira bicicleta nova foi com o dinheiro
da aposentadoria, hoje além do prazer de pedalar, ela usa sua bicicleta para a
catação de latas descartáveis e também para as pescarias.
Em
toda sua vida Dona Elaine teve somente duas bicicletas em sua vida, sendo que a
ultima foi comprada a dois anos atrás em 2011. Essa parceria dura desde os sete
anos de idade. “Em sua vida, Dona Elaine que sempre está preparada para uma
viagem de bicicleta e anda para todo lado da região”
Este é um exemplo de diversas histórias que o Museu
conseguiu. Em todo processo da exposição que terá sua abertura dia
16/06/2013. Ouvimos todos tipos de
histórias, desde as pessoas que não tem lembrança nenhuma até pessoas como a Dona Thereza que após
contar sua história para nós resolveu montar um “mini-museu” em sua casa. Esta senhora como tantas outras guardavam
objetos que consideravam importantes para que um dia pudessem mostrar aos seus
netos suas histórias. Alguns jovens da
atualidade não querem saber do passado, como disseram muitos das pessoas com
quem conversamos.
Essa experiência foi muito rica, pois, a região
toda está começando a refletir sobre a falta de dialogo que existe entre as
gerações. Quantas lagrimas presenciamos.... quantos rostos angustiados
percebíamos enquanto conversamos com as pessoas.. por tentar lembrar de algo,
uma história que não vinha a mente.
A região toda do Museu do Parque
Bento está refletindo e procurando conversar mais sobre sua história. A Rádio
Cristalense da região recebe recados de pessoas querendo participar, o museu
recebe objetos e histórias. Recebe pedido de desculpas por não ter uma história
para poder contribuir com a exposição.
Até o momento existem oito narrativas sobre a história de oito famílias
totalizando cerca de vinte objetos. A todo momento chegam mais e mais histórias
e reflexões, internamente, a equipe se engajou e procura saber mais da história
de cada um. Desde o faxineiro até o diretor se questionam sobre sua história.
Apesar da abertura da exposição ser realizada somente dia 16/06/2013 é
com imenso prazer que nós do Museu do Parque Bento mostramos que o resultado
desta exposição é presente, está vivo.
Podem os simplificar e medir em alguns números.
Existem oito famílias que emprestaram seus objetos para a exposição. Dentre essas a família da
Dona Elaine que dificilmente aparecia no Museu, mesmo morando próximo a ele.
Cerca de 100 pessoas confirmaram presença na confraternização de
abertura do evento no Facebook.
Pessoalmente 25 pessoas confirmaram presença na confraternização.
Além destes números existem aqueles que não podem ser medidos pelas
friezas destes. Quantas pessoas que visitamos e que foram visitar o Museu
agradeceram o museu pela oportunidade de serem ouvidas e se orgulham de
ter sua história contada dentro do Museu
que conta a história do General Bento Gonçalves. O público aos poucos foi
abraçando a ideia, inicialmente estranharam, como disse dona Mara : “Eu não
tenho história, não sou parente do General”. Dizendo que não se lembrava de
nada, mas, após alguns minutos de conversa lembrou-se de uma cuia que ganhou de
uma cunhada sua muito amiga após a despedida, quando esta viria para cristal.
O resultado é incrível, podemos mostrar que o Museu do Parque Histórico
General Bento Gonçalves cumpre seu papel ao assumir a responsabilidade na
mudança social.Pois, um povo sem passado é um povo sem futuro. Essas simples
lembranças e histórias, dão uma sustentação moral e psicológica para que as pessoas se
desenvolvam.
Este é o museu que queremos.
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